domingo, 8 de maio de 2011

Piauí, terra querida.

(Praia da Pedra do Sal / Parnaíba)



Eis aqui, rio abaixo rio arriba, os filhos do sol do equador. O sol que queima nosso juízo, nosso medo, nossa preguiça. O sol que nos faz tão teresinense, tão piauiense, tão nordestino, tão brasileiro. Nossa gente acolhedora que faz do Piauí um coração de mãe.

Nossas almas nos dons que possuis: Que não deixa a desejar na literatura, na cultura, nos grandes feitos. Que tem grandes nomes como Torquato Neto, Da Costa e Silva, Assis Brasil. Que tem a ironia refinada do Validuaté. Que tem os heróis da Batalha do Jenipapo. Que tem as belíssimas Pedras de Opala. Que tem A Serra da Capivara e São Raimundo Nonato. Que tem a Cachoeira do Urubu. Que tem a cajuína cristalina. Que tem a cera carnaúba, o único delta em mar aberto, a plantação de mamona para biodiesel.

Que se passar por cima, despassa, caso contrário não cresce mais. Que se não presta mais rebola no mato. Que se o chinelo está emborcado, desemborca porque faz mal. Que, se está atrapalhando, “sai do mei”. Que se não se deu bem, “se lascou”. Que mora x (com a farmácia, com a padaria, com a avenida...). Que se quer avisar algo dá um toque. Que se não quer, bota boneco. Que se algo está folgado, alguém afolozou. Que se tiver jeito, “endireita”. Que se tem fome está brocado e se já comeu está de “bucho chei”. Que fica pronto nestante. Que se quer ir para outra direção quebra para esquerda. Que fica com fole. Que se foi engraçado, manga. Que, para não dar azar, isola. Que se quer sair, rumbora. Que se faz coisa feia, tá com munganga.

Aqui se faz o céu de imortal claridade: Meu querido, tão amado, Piauí. 

 Nota:
Fiz esse texto quando dois fatos, ocorridos não há muito tempo, me deixaram muito orgulhosa do meu estado. 
Primeiro, a manifestação da adesão 100% do ENEM na UESPI e melhores condições físicas para a mesma. Foi muito bonito ver pessoas saindo de casa em prol de um patrimônio nosso e pela conservação da nossa cultura (já que se a UESPI fizesse a adesão de 100% perderíamos as aulas de literatura, geografia e história do Piauí... E como passar o regionalismo adiante se nós não tivermos acesso a ele?). 
E logo após o Caso Marauê. Foi um infeliz comentário, no entanto, foi legal ver piauienses defendendo nosso estado. Fica o aviso, o sol do Piauí também queima nosso pavio que, por sinal, já é curto. 

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